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  • Franco Catalano

Que seja eterno enquanto dure


O colunista é novo; o assunto, nem tanto. Inicio minha colaboração com o Jornal Debate, que

tratará de arte, cultura e história, falando de um tema em alta, mas praticado desde sempre:

sustentabilidade.


O tema me traz memórias antigas, da infância na casa da minha avó, quem muito me ensinou. A casa, onde vive e viveu toda sua vida adulta, ainda tem as portas originais, o mesmo taco de madeira de quando foi construída, as mesmas árvores que sobreviveram ao tempo e ao homem. Muitos de seus móveis são da época de seu casamento, no início dos anos 60. Outros, ainda mais antigos, herdados de seus pais e avós.


Sustentabilidade não é somente reciclar o lixo, economizar água e utilizar “ecobags”: é sobre consumir com consciência e evitar o descartável, passageiro. Muitos clientes me questionam: “Mas isso está na moda? ”. Minha resposta? Não. E nem deveria. A moda vai e vem, quem a segue, seja no vestir, no morar ou no viver, nem sempre tem a melhor experiência. O que é bom, é atemporal!

Voltando ao assunto dos móveis, eu mesmo tenho peças e objetos (dezenas) que pertenceram à minha mãe e aos meus avós; e quero que meus filhos e netos possam um dia dizer o mesmo.


Não é porque digo que são atemporais, que deixam de contar sua história. Um olho mais atento sabe dizer a que período pertencem, mas este mesmo olho também enxerga seu valor agregado.


O segredo de uma vida repleta de coisas e relacionamentos duradouros é investir em qualidade, não quantidade. Podemos aplicar essa máxima desde a escolha de nossos calçados e roupas, até às amizades que cultivamos e amores que vivemos. Afinal, somos uma coletânea de momentos, interações e conquistas.


Em uma das incontáveis e deliciosas conversas que tive com minha avó, ela me questionou, incomodada com algumas rachaduras nas paredes, se estaria na hora de mais uma reforma em sua casa. Disse a ela: sua pele não tem as marcas do tempo? “Sim”. E isso te incomoda? “Não”. Pois então pare de se preocupar com besteiras e viva a vida. Existe algo mais sustentável que isso?

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